Tava dando uma bizoiada nos arquivos do blog e vi que ainda não tinha escrito nada sobre o assunto. Chegou a hora de desmistificar algumas lendas
O dub não surgiu ao acaso, foi um nascimento lento, cerca de 5 anos. E esse parto, se analisado num microcosmo, pode ser descrito como a história da própria música jamaicana. Um misto de sorte, ingenuidade, sofrimento, talento e, porque não, maconha.
Para acompanharmos a primeira etapa da formação do dub, essa sim nascida ao acaso, precisamos voltar até 1967, época em que o rocksteady era o som da vez. Ruddy Redwood era dono de um soundsystem em Spanish Town e amigo de um dos barões da música jamaicana, Duke Reid. Essa fortuita amizada lhe rendia alguns specials, ou dub-plates, acetatos vagabundos que serviam de teste para o lançamento comercial de um compacto. Se a receptividade da música fosse boa nos soundsystems afiliados, “satélites”, como o de Ruddy, Duke, através da sua gravadora Treasure Isle, colocava a música no mercado. Pois bem. Um belo dia, Ruddy recebe a música “On The Beach”, dos Paragons, sem os vocais. A total falta de atenção do engenheiro de som, fez com que o nome de Ruddy entrasse pra história. Se forço um pouco meus ouvidos, escuto o “bingo” que Ruddy gritou quando ouviu a novidade. À meia noite, Mr. Midnight, como era conhecido, tocou “On the Beach” duas vezes seguidas. A primeira com vocais e a segunda sem, fazendo todo mundo cantar a música inteira. Foi um sucesso que abalou para sempre as estruturas da música jamaicana: o nascimento das versions. Assim que Reid ficou sabendo dessa possibilisade, tratou logo de produzir versões sem vocal dos seus principais hits. Logo, logo, essas versões começaram a ser lideradas por instrumentos, como o sax e o órgão. Já em 1970, praticamante todos os compactos jamaicanos vinham com uma version no lado b.
pausa para uma água
Naquela época, a mola mestra musical da Jamaica era a diferenciação. Quem fizesse o feijão com arroz estava morto. Qualquer produtor poderia lançar uma versão sem vocal, ou pedir para um músico tarimbado solar em cima da melodia. Mas, alguns produtores pioneiros, começaram a usar o estúdio e a mesa de som como um instrumento musical como qualquer outro. “Phantom”, de Clancy Eccles, “Pop a Top”, de Lynford Anderson, e “News Flash”, de Joe Gibbs, um instrumental que editava partes de 3 músicas diferentes, são exemplos clássicos dessas inovações. Até que, em 1971, surge “Voo-doo”, dos Hippy Boys, mixada por Lynford Anderson, o primeiro dub da história: baixo e bateria lá na frente, guitarra e teclados lá atrás, ecos, delays e reverbs numa desorientação completa.
É importante frisar que essa evolução toda não seria completa sem a figura de King Tubby, o maior mestre do gênero. Levado até o
soundsystem de Ruddy Redwood, pelo amigo e produtor Bunny Lee, Tubby pirou com as possibilidades sonoras que surgiam na sua cabeça. Ele montou um pequeno soundystem no bairro pesada de Watergate e chamou U-Roy para ser seu DJ (mais uma vez, DJ na Jamaica é o MC do resto do mundo). Além de muito talentoso, Tubby era um especialista em aparelhagem de som. O cara sabia tudo – só pra mostrar o quanto ele era foda, o estúdio Black Ark, de Lee Perry, contou com sua ajuda para ser montado. Tubby fazia o diabo no seu sound. Espalhava caixas de tweeter pelas árvores e colocava reverb e echo nas músicas. A parceria dos dois foi essencial para o surgimento do dub como nós o conhecemos, pois Tubby preparava as músicas que U-Roy iria cantar, deixando-as mais lentas e hipnóticas. Os três primeiros hits do “Originator”: “Wake The Town” (em cima de “Girl I´ve Got A Date”, dos Paragons), “Rule The Nation” (em cima de “You Don´t Care”, dos Techniques) e “Wear You To The Ball” (em cima da música de mesmo nome, dos Paragons) são perfeitos para explicar porque U-Roy tinha esse apelido. Ele foi o primeiro DJ moderno da Jamaica, pois deixava de fazer pequenas interjeições para cantar e fazer comentários em cima da letra original.
As intervenções praticadas por Tubby, ao vivo e no seu pequeno estúdio, levaram uma legião de novos produtores a largarem suas fitas master para serem mixadas por Tubby, o primeiro remixer profissional do mundo.
Em 1973, surgiram os primeiros álbuns de dub: Blackboard Jungle Dub, dos Upsetters (parceria de Lee Perry e King Tubby), Java Java Dub, mixado por Errol Thompson e Aquarius Dub, mixado por Herman Chin Loy. Em pouco tempo, as pessoas não estavam mais comprando discos pelo nome do artista e do produtor. Elas queriam saber quem era o engenheiro de som. Com o lançamento, em 1974, de Pick a Dub, de Keith Hudson, o dub ganhava a Inglaterra e o mundo.
A quantidade de dubs, versions e riddims na música da Jamaica, pode ser explicada, ao mesmo tempo, pela necessidade dos produtores de ganhar mais dinheiro em cima da mesma música, e da capacidade do povo de reciclar as coisas. Por ser um país pobre, nada podia ser jogado fora, incluíndo aí a música. Com o passar do tempo, essa ganância em aumentar a vida útil de uma música, virou virtuosidade.
Tags: dub
dezembro 18, 2007 às 12:40 pm |
Eu falo falo falo falo falo muito sobre o reggae…
tentaaaaaaaando explicar tudo q sinto quando ouço, um reggar raíííízzzzzzzzz =P
dezembro 18, 2007 às 12:45 pm |
DUBBBBB WISE!!!!!!!!
BERM VINDO PRA MIN!
Salve salve, todos administradores do BLOG!@!!
dezembro 19, 2007 às 12:43 am |
ae ziguiroots.. 😀
ehueh..
seja bem vindo felipee..
dezembro 19, 2007 às 12:44 am |
nao comentei nd ainda sobre o testo pq nao li td ainda tec..
😀
ehuehuhe..
abração pra ti ai o vendedor de CC..
;x
ehuehue
dezembro 19, 2007 às 12:57 am |
bah..
viajei..
achei q tivece sido o tec q posto..
desculpa a falha ai felipe..
ótimo post.. abração!
julho 3, 2009 às 3:34 pm |
Ouvindo um regg raiz, sentindo o que ele-nos traz!!
Não torça por um mundinho melhor, mas faça dele um.
Mesmo não querendo, nós temos um inimigo,que em dia de tempestade
nos néguam abrigo.Esse é o sistema, mas armaremos nosso esquema.
PAZ…….